sexta-feira, 17 de novembro de 2017

Antão do deserto e o seu último suspiro!



Você conhece o Antão? O Antão do deserto...aquele que nasceu em 251, no Egito. Ele era santo. Dizem que morreu santo aos 105 anos. Mas lendo Leandro Karnal, em Pecar e Perdoar, parece que ele não morreu santo. Ele viveu santo. Difícil entender dessa maneira, né?! Então vamos
lá...

A questão de Santo Antão é a resistência ao "aquele que não pode ser nomeado", é esse mesmo, o "d" (tenho medo de escrever e até dizer este nome). Antão sofria até com as tentações da castidade, dormia no chão, renunciava a tudo. Ele fazia tudo certinho. 

"Não conseguindo fazer o santo pecar contra a castidade ou contra seus jejuns, o demônio enceta nova tática: distração". Bastava começar a rezar e lá estava o "d" tentando. Nada, mas nada absolutamente o tirou da sua prática.

"Sua concentração superava todo o mar de ritalina que hoje banha as praias da falta de atenção de crianças e jovens". Acho fantástica essa passagem de Karnal. 

Bom, há dois finais para essa história, segundo Karnal. Um herói de fé que foi até o fim. E a outra que parece ser mais interessante: depois que o "d" já tinha tentado de tudo e Antão no fim de sua vida, se ajoelha, humilde e agradece: "Obrigado, Senhor, finalmente me tornei um santo". O "d" ouve a oração e volta, sorridente. Antão fora vencido pelo pecado do ORGULHO dele mesmo.

"O orgulho é, de longe, o primeiro e mais universal pecado. (...) foi tão longe na estrada da virtude e tropeçou nesta pedra quase invisível. Nós que somos tão menos..."

Pobre Antão. Chutou a pedra no último suspiro. Não gostei deste final...

O livro é bacanésimo. Por este fato, vale a pena trazer um ou outro destaque.


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