quarta-feira, 30 de maio de 2012

Você já esteve em Å?



Å existe. É uma cidade da Noruega. E tem o nome mais curto do mundo. Escreve simples: um A com uma bolinha em cima. Interessante, não? Já pensou, alguém pergunta para você: aonde você mora, aonde você foi moraaaaar...Daí você responde e continua a rima: eu fui morar no Aaaaaaaa.

Para completar essa viagem, vamos ouvir Onde você mora, Cidade Negra (das antigas).

terça-feira, 29 de maio de 2012

Como reconhecer um canalha


“O cafajeste é propaganda enganosa” (Fabrício Carpinejar)


Ele é sedutor, irresistível, aventureiro, bonito... mas não traz escrito na testa “POUCO CONFIÁVEL”. Enfim, uma roubada. Você gasta anos da sua vida com o cafajeste e acha que com você tudo vai ser diferente e pensa: ele vai mudar! Mas nada. Só muda o falso cafajeste, segundo a psiquiatra e a psicanalista francesa Marie Hirigoyen. O canalha têm várias caras (que perigo!). Saiba como identificá-lo e ficar craque. Talvez dê tempo para enxergar o sinal amarelo a tempo de frear da próxima vez que um deles cruzar o seu caminho. Uma coisa é certa (e comprovada): esse tipo de homem não recebeu amor suficiente quando criança (outro perigo) e só dá amor quem tem, como um tanque de combustível. Então vamos aos tipos:

O INSENSÍVEL

É o marinheiro, o piloto...em constantes viagens pelo mundo. NÃO QUER ENVOLVIMENTO. Ele deseja apenas curtir momentos com uma mulher, com o olhar voltado para o horizonte, já pensando no próximo porto, aeroporto. Tem o dom de desaparecer antes mesmo do romance ter começado. Trabalha em causa própria. Você sofre porque ele some quando está apaixonada e envolvida. O que ele pode fazer se NUNCA LHE PROMETEU NADA?

POR QUE ELE É ASSIM? Pode ser que esteja se protegendo do amor ou que esse sentimento não lhe diga nada. “Para dar e receber amor, é preciso antes de mais nada, ter essa cultura”, diz o psiquiatra francês Serge Hefez. “ISSO SIGNIFICA TER SIDO AMADO QUANDO CRIANÇA. Mas, frequentemente, esses homens nem sabem o que é o amor (...). A relação de amor é vista como perigosa, pois ameaça o egocentrismo ou freia as aventuras dele”.

O PREDADOR

Consumista, enxerga as mulheres em uma arara e com data de validade que raramente ultrapassa um final de semana (sorte da mulher, na minha opinião, vazaaa). Esse canalha se acha irresistível, gosta de ostentar, coleciona cartões de crédito e ama espelhos no quarto para ser ver em ação (podre!). Ele caça mesmo acompanhado e é capaz de trair a mulher com a própria amiga dela.

POR QUE ELE É ASSIM? Tem AUTOESTIMA BAIXÍSSIMA e, por ser desprovido de amor próprio, trata as mulheres com o mesmo desprezo. Ele sabota a relação, não se acha merecedor. Amar não é prioridade. Já que as ambições profissionais e/ou sociais ocupam todo o tempo, o sexo sem envolvimento basta para ele.

O DOMINADOR

Sufoca, esmaga e destroi. Sabe desvalorizar uma mulher como ninguém. Os três quilos perdidos são ‘comemorados’ com a desagradável frase: “você não tem mais peitos”.

POR QUE ELE É ASSIM? Ao oprimir o outro, ele se sente poderoso. Não raro, esse homem se acha a parte inferior do casal, seja porque o trabalho dele é menos valorizado e ganha menos ou porque o GRAU DE INSTRUÇÃO DELE É MENOR QUE O DA PARCEIRA.

O NARCISISTA

Charmoso e cativante até o momento de você cometer o “erro” de ter problemas. Diante de depressão, doença, dificuldades no trabalho, desemprego...ele sai pela tangente. É que ele não suporta qualquer coisa que possa provocar máculas à própria imagem e sonha em formar um casal tão perfeito que faria o Ken e a Barbie morrerem de inveja.

POR QUE ELE É ASSIM? Ele não tem autoestima devido a decepções precoces. Mal amado, não amado, rejeitado, o que restou se não amar a si mesmo?


Bom, os outros tipos de cafajeste estão disponíveis num post antigo aqui do blog. Clique aqui!



Sugiro como leitura o Manual do cafajeste (para mulheres): http://www.manualdocafajeste.com/
fonte: Marie Claire, jan 2009 / com alterações
imagem: http://www.umadguar.com.br/






segunda-feira, 28 de maio de 2012

Túnel do tempo: Ari Barroso sobe no telhado para transmitir Vasco x Fluminense




Encontrei, na noite passada, imagens interessantes e que merecem ser publicadas. Hoje, coloco uma do Ari Barroso, que proibido de entrar em São Januario (estádio do Vasco) porque havia criticado a diretoria do time, subiu literalmente no telhado do vizinho para transmitir o jogo Vasco x Fluminense. A alternativa foi usar um binóculo para que a missão fosse cumprida.  Isto aconteceu na década de 1930 quando Ari Barroso era locutor da Rádio Tupi.


fonte: http://retroimagens.wordpress.com/

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Meu amado poeta Vinícius!

Para quem gosta de viajar, viajar e viajar e tem nostalgia de um tempo que não viveu (pleonástico isso!), sugiro a leitura de "Toadinha de ano novo", de Vinícius de Moraes.

"E a esperança é uma mulher tão à mão, que é até ingratidão a gente não dar-lhe em cima" (Vinícius de Moraes).




Toadinha de ano novo

E foi-se o ano - ano bissexto arrenegado! - ano ruim, ano safado, ano assim nunca se viu! Levou Aníbal, levou Antônio Maria, levou tanta poesia com Cecília que partiu... Levou Ari e levou Álvaro Moreyra (nunca vi ano bissexto pra fazer tanta besteira!). E não contente - eta aninho contundente! - ainda deixa pra semente tanto estorvo pro Brasil!...

Ano pior só fazendo de encomenda: depois da morte de Kennedy, até Kruchev caiu. De modo que se escutarem um barulhão, não se assustem, é nada não... foi a Bomba que explodiu.

Mas já se foi, já se mandou... - valha-nos isso! - ano chato, ano difícil, ano contraproducente. E isso porque além de todo esse estrupício, deu um estranho panarício no dedo de muita gente.

Pelo meu lado eu até não digo nada: me casei com a minha amada, fui com ela pra Paris. Fiz meus sambinhas, tenho uns planos de cinema e a Garota de lpanema me deixou muito feliz. E se a saúde não fizer nenhum forfait, este Ano Novo até que vai ser muito fagueiro: vou tacar peito, vou fazer muito poema, e a Garota de Ipanema vai ser mãe em fevereiro. Pois tem um samba feito por mim e por Baden que - não sei, vocês aguardem... - tem um balanço legal; e que se for trabalhado pelo Ciro, aposto vai ser um tiro: vai estourar no carnaval!

Pois é, meus filhos, aí está 65... Vai entar tudo nos trilhos, como diz Roberto Campos. Se não entrar, resta a Barra da Tijuca e uma garrafa de uca enquanto se pescam uns pampos. Resta saber que no Quarto Centenário o carioca, esse otário, vai ter água pra chuchu. Pois tem morrido um bocado de operário pra aliviar nosso calvário com a adutora do Guandu. Resta pensar na folia de Rei Momo - carnaval de quem não come resolve qualquer problema. Quem ficar vivo, segundo a lei do mais forte, esteve mais perto da morte que mocinho de cinema.

De qualquer modo resta o tomara-que-seja; resta o que a gente deseja, como diz o amigo Guima. E a esperança é uma mulher tão à mão, que é até ingratidão a gente não dar-lhe em cima.

Por isso, amigos, que este ano recém-nato, ao contrário do transacto, lhes chegue de fraldas limpas; e vocês tenham um milhão de coisas boas e possam ver suas pessoas num espelho mais bonito.

Que vocês tenham mais Jobim e mais Caymmi; mais paixão e menos crime; mais Zé Kéti e Opinião. E Zicartola continue sua escola com essa branquinha pachola que se chama Nara Leão.

Pois a verdade é que tudo se renova: bossa velha fica nova, o que eu acho muito bem. Só não renova quem já está com o pé na cova, quem não cria e não desova, quem não gosta de ninguém.

Que vocês tenham mais Drummond e mais Bandeira, e eles deixem de leseira e venham mais para a rua. E que Schmidt, em lugar de dar palpite, venda com mais apetite no Disco da velha Lua.

Que João Gilberto continue longe e perto, cantando pelo deserto seu canto de solidão. Canto que vende para a causa brasileira muito mais que o Bemoreira, o Rei da Voz e o Dragão.

Que a linda Astrud nos mande mais amiúde, de Nova York ou Hollywood, os ecos de sua voz; voz que faz mais por nossos pobres Cr$ do que os trustes estrangeiros que proliferam entre nós.

Que esses meninos tão bons do Cinema Novo mostrem mais ao nosso povo sua força e seu poder; e que através da mensagem de seus filmes evitem maiores crimes que inda podem acontecer.

Que a Bardotzinha volte sempre para Búzios e quando queira use e abuse dos nossos encantos mil: ou sejam os mares, os solstícios, os luares, os poentes e os madrugares que dão sopa no Brasil. Porque em matéria de exploração estrangeira, é a única verdadeira, que toma mas também dá. E que ela seja ao lado de seu Zaguri um truste que sempre dure na terra do sabiá.

Que Pixinguinha, já curado seu enfarte, nos dê mais de sua arte de sambista e de "chorão". E essa figura chamada Ciro Monteiro balance o Brasil inteiro com a voz do seu coração.

Que nasçam poemas, nasçam canções, nasçam filhos; e se terminem os exílios e se exerça mais perdão. E brotem flores das dragonas militares e não mais se assustem os lares com esses tiros de canhão. Que todos se unam, se protejam, apertem os cintos; se reúnam nos recintos com esperança brasileira. E que se dê de comer a quem não come, porque o povo passa fome: e a Fome é má conselheira...

Que o Rei Pelé faça gols por toda parte; e Di Cavalcanti, arte; e o Congresso, leis honestas. E Rubem Braga escreva crônicas lindas; e o Poder crie mais Dimas do que tem criado Gestas.

E - que diabo! - que eles voltem, meus pareceiros... Estão todos no estrangeiro. Que fazem vocês aí? Voltem depressa, venham logo para casa, que é pra gente mandar brasa ao som do Quarteto em Cy.

E finalmente que eu, pequeno mas decente, siga sempre para a frente com meu amor ao meu lado. E ela me dê no mais próximo presente, o presente de um futuro sem as dores do passado.

Cinderela rala!

Era uma vez uma cinderela que tinha uma queda pelo cara da loja de licor. Sabe por que? Porque o sr. Encantado nunca voltava para casa. E ainda por cima era um xarope. Ele se preocupava com a donzela sim, mas não tinha ideia que, no fundo, ela apenas esperava alguma coisa melhor. Pois bem, um dia, ela encontrou a Bela Adormecida no calçadão. Estava num humor horrível e arrependida, pois preferia ter dormido uma vida inteira a ter que ficar ao lado do príncipe que a impedia de sonhar. Coincidência ou não, a Branca de Neve passou de bicicleta, quanta correria!Carregava na cestinha sabão e detergente. Tinha pressa, coitada, precisava lavar louça. Afinal, sete homenzinhos, faça as contas. Pense! Ela disse que depois de muita água e sabão liga para um tal misterioso e diz “me encontra à meia noite?”. Em meio aos encontros, a Rapunzel telefonou e disse que ficará longe de janelas e andares altos: vai trocar a cobertura do Leblon por uma casinha em Santa Teresa. Ela se queixa pois preferia ter cortado as madeixas ao invés de servir de escada. Melhor assim!


A “estória” foi apenas uma introdução humorada. É que tive um namorado que quando queria me machucar de alguma forma dizia que eu era uma cinderela e que vivia um conto de fadas. Sempre me incomodei com isso! Porque cinderela na cabeça do povo é mesmo um conto de fadas recheado de carruagem, um belo vestido, um rato que se transforma e um sapato de cristal. Alto lá. Não é bem assim não. Cinderela rala! A do conto de fadas lava chão, louça, roupa e ainda tem que aguentar as irmãs rabugentas e a madrasta má. Cinderela rala! A atual corre atrás dos sonhos, trabalha muito, cuida do marido e dos filhos, faz compras de mercado, enfeita o lar, pensa no cardápio do almoço e jantar.


Se é para ser assim, sou cinderela sim no meio de tantas cinderelas a seu modo distribuídas pelo mundo. A diferença é que não perdemos o sapatinho, uma só vez, quando o relógio bate à meia noite. Perdemos várias vezes na vida. Ficamos com um pé só, perdidas, à procura da carruagem. Opção? Bicicleta, patim ou um belo par de tênis para continuar a corrida da vida?! Cinderelas vão a luta e tem outros interesses... até porque...o príncipe encantado perdeu a graça.

ps: A introdução da minha “estória” foi inspirada numa música que adoro: Fairytale, de Sara Bareilles. Coloquei como cenário o Rio de Janeiro, um local que tenho ido muitas vezes, nos últimos meses e que, de uma certa forma, me resgatou de volta. Estou de volta!