segunda-feira, 9 de novembro de 2009

O muro caiuuuuuuuuuu!!!


Foi assim que escrevi no meu diário há 20 anos! "Gente, o muro caiuuuuuuuuu!!!" Engraçado pois só tinha 10 anos de idade e uma vaga ideia do acontecimento histórico. E lá estava registrado, num livro cor de rosa com chave, os meus emocionantes dias e o fato de que o muro de Berlim não existia mais.

A Alemanha não estava mais dividida em Ocidental (capitalista) e Oriental (comunista), depois de 28 anos. Nesse período, os alemães de Berlim Oriental conviveram com a falta de liberdade, a fome, e um atraso econômico exorbitante. Para se comprar um carro, por exemplo, era preciso colocar o nome numa lista e esperar 15 anos. E não era nenhuma ferrari não. Era um fusquinha bem barulhento. Diga-se de passagem!

O muro caiu! A cortina de ferro, enfim, enferrujou! Foi empurrado, machadado pela população, pisoteado e repartido em trilhões de pedaços (leia-se aqui SOUVENIRS). Há 20 anos, os alemães dançaram, beberam cerveja e comeram salsichas. Esta parte é ficção (leia-se aqui: imaginação minha). Enfim, comemoram o fim de uma Alemanha dividida. Será?

O muro caiu, mas as barreiras não. O Comunismo é uma praga, uma erva daninha, uma sombra má que contagiou décadas e décadas uma população. Um cheiro impregnante da qual a Berlim Oriental não conseguiu se livrar até os dias atuais. Não tenho simpatia por alemães, mas tenho sensibilidade a ponto de imaginar o sofrimento dessas pessoas que tinham que brigar por café e cachos de banana. Até o funcionamento intestinal tinha que ser na hora que foi imposto. As crianças iam ao banheiro todas no mesmo horário, por exemplo.



As barreiras continuam vivas. Mas vivas do que nunca. A Berlim Oriental é hoje conhecida como pequena Istambul. É um gueto cinzento como se fosse o subúrbio. O muro caiu. Aparentemente o apartheid ariano não existe mais. Apenas resquícios em espécie: pedaços do muro continuam a ser vendidos como souvenir. Souvenir de péssimo gosto! E tem trouxa que compra.
Imagino que mesmo sem o muro naquele lugar, enxergamos sem fazer muita força uma linha invisível. Ou uma linha que separa cores. Se fosse colocado num desenho, a Berlim Oriental seria acizentada e a Ocidental, azul como o oceano.


O comunismo é mesmo asqueroso. Até hoje, os alemães da Berlim Oriental comunista recebem os piores salários. E sabe por quê? Porque não se desenvolveram, enquanto na parte ocidental, todos sabiam lidar com as novidades tecnológicas.

E por que mesmo Berlim sendo uma cidade só, mencionamos Berlim Oriental e Ocidental? Bom, isso não importa. O que importa é que o ser humano não surpreende, apenas choca, sempre choca! O poder parece ter sido confeccionado exatamente para imbecis como esses que mesmo após uma grande guerra quer um pedaço do pudim! Irritantemente infantil!

História

O Muro de Berlim foi um dos resultados da Guerra fria. Após a II Guerra Mundial, a Alemanha Nazista derrotada foi então dividida em quatro zonas ocupadas por quatro potências: os Estados Unidos, o Reino Unido, a França e a União Soviética. Tal barreira física foi construída pela República Democrática Alemã (Berlim Oriental / comunista) e a separava da Berlim Ocidental.

Este muro, além de dividir a cidade ao meio, simbolizava a divisão do mundo em dois blocos: República Federal da Alemanha (RFA), que era constituído pelos países capitalistas encabeçados pelos Estados Unidos; e República Democrática Alemã (RDA), constituído pelos países socialistas simpatizantes do regime soviético. Ou seja, liberdade versus prisão, nutrição versus fome, tecnologia versus carroça.

Começou a ser construído na madrugada de 13 de Agosto de 1961, dele faziam parte 66,5 km de gradeamento metálico, 302 torres de observação, 127 redes metálicas electrificadas com alarme e 255 pistas de corrida para ferozes cães de guarda. Não se contabiliza o número de pessoa que morreram tentando atravessar o cabo das tormentas. Fala-se em 100, 200, mas eu mesma, dúvido muito. Em 20 anos, muita gente viu o fim!


Stalin: o cabeça de bagre

Após a Segunda Guerra Mundial, o líder soviético Joseph Stalin construiu o Bloco do Leste: um cinturão protetor da União Soviética em nações controladas na fronteira ocidental. O bloco era composto pela Polônia, Hungria e Tchecoslováquia. Stalin pretendia manter esses países a par de um enfraquecido controle soviético na Alemanha.

Em 1945, Stálin revelou aos líderes alemãos comunistas que esperava enfraquecer lentamente a posição Britânica em sua zona de ocupação, que os Estados Unidos iriam retirar sua ocupação dentro de um ano ou dois e que, em seguida, nada ficaria no caminho de uma Alemanha unificada sob controle comunista dentro da órbita soviética.

Em 1948, após desentendimentos sobre a reconstrução e uma nova moeda alemã, Stálin instituiu o Bloqueio de Berlim, impedindo que alimentos, materiais e suprimentos pudessem chegar a Berlim Ocidental. Os Estados Unidos, Reino Unido, França, Canadá, Austrália, Nova Zelândia e vários outros países começaram uma enorme "ponte aérea de Berlim", fornecendo alimentos e outros suprimentos à Berlim Ocidental.

A República Democrática Alemã (Oriental) foi declarada em 7 de outubro de 1949, onde o Ministério de Negócios Estrangeiros Soviético concedeu autoridade administrativa a Alemanha Oriental, mas não sua autonomia, onde os soviéticos possuíam ilimitada penetração no regime de ocupação e nas estruturas de administração e de polícia militar e secreta.

A Alemanha Oriental era diferente da Ocidental (República Federal da Alemanha), que se desenvolveu como um país capitalista, uma economia social de mercado e um governo de democracia parlamentar. O crescimento econômico contínuo a partir de 1950 da Alemanha Ocidental alimentou um "milagre económico" de 20 anos. Enquanto a economia da Alemanha Ocidental cresceu e o padrão de vida melhorava a cada dia. Tudo o que queriam os alemães orientais era ir para a Alemanha Ocidental.
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