segunda-feira, 9 de março de 2009

Que o faz-de-conta terminasse assim...


"Você sabe o que é o encanto: é ouvir um sim como resposta sem ter perguntado nada" - Albert Camus


Postei na apresentação do blog a frase: Diário de uma "encantada" no mundo real.

Adoro a palavra encanto...encantado, encantada! Embora seja grande, o seu efeito é pequeno no mundo atual - que é tão ocupado. É como se fosse uma mágica: rápido e sem reticências. Acabou o encanto e pronto! Não sei o porquê, mas não existe mais. É duro para quem ouve, sente...

Dificil é manter o encantamento. Hoje em dia tudo é muito cíclico e veloz. A cada momento surgem novidades. Quanta injustiça: como competir a tanta variedade??? Quando mal se foi já está voltando.

O assunto me fez lembrar uma música, e pelo visto, a palavra Encantada não é só tema do blog como será de muitos textos também durante um bom tempo.

A música é do Chico Buarque: João e Maria.

João e Maria

Agora eu era o herói
E o meu cavalo só falava inglês
A noiva do cowboy
Era você além das outras três
Eu enfrentava os batalhões
Os alemães e seus canhões
Guardava o meu bodoque
E ensaiava o rock para as matinês

Agora eu era o rei
Era o bedel e era também juiz
E pela minha lei
A gente era obrigado a ser feliz
E você era a princesa que eu fiz coroar
E era tão linda de se admirar
Que andava nua pelo meu país

Não, não fuja não
Finja que agora eu era o seu brinquedo
Eu era o seu pião
O seu bicho preferido
Vem, me dê a mão
A gente agora já não tinha medo
No tempo da maldade acho que a gente nem tinha nascido

Agora era fatal
Que o faz-de-conta terminasse assim
Pra lá deste quintal
Era uma noite que não tem mais fim
Pois você sumiu no mundo sem me avisar
E agora eu era um louco a perguntar
O que é que a vida vai fazer de mim?

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