sexta-feira, 27 de março de 2009

A garota mais bonita da classe

Não preciso dizer o nome. Nem gritar para os quatro cantos do mundo. Ou mostrar para todos os meus amigos. Mas o fato é que recebi um e-mail lindo ontem de uma pessoa especial. E isso me fez enxergar o quanto posso fazer diferença na vida de alguém, não só na dos meus pais. Por meio de metáforas, ele escreveu com exatidão que, ao falar comigo, sentia um frio na barriga: como se fosse um garotinho querendo se aproximar da garota mais bonita da classe.

Acabei voltando no tempo e lembrando os meus dias de escola. Não era considerada a mais bonita da classe. Mas ser uma das mais populares, já bastava! Fazia parte do time do basquete, era uma das melhores em história e as festas sempre eram na minha casa. Mas como é legal ser considerada a “the one”.

O fato é que o e-mail do meu amigo mudou tudo. Cheguei em casa, tomei banho, fiquei limpa por fora , mas pensativa por dentro. Ele gosta de mim. Não dá para ser amiga de alguém que gosta, de nós, de verdade! Isso seria brincar com os sentimentos do outro.

Daí me pego cheia de incoerências. Começo a pensar nesse tal de gostar. Por que damos chances para as pessoas erradas?! Quando chega a hora mesmo da pessoa que merece receber toda essa atenção, o sentimento já gastou, acabou, aquela vontade de “dar certo” mais uma vez se foi junto com os pássaros, e só restou a solidão. Uma solidão consciente, certa de que não se quer ninguém.

Tudo passa...

Ao invés de se ocupar com mil atividades, e sair bastante, é necessário um período de sacrifício voluntário, não para sofrer e sim para se recuperar. É a época de inverno, aquele frio siberiano, que me fez guardar no armário as regatas e mini saias! Aquele calor, aquele choque térmico que se sente quando está com alguém cedeu lugar para a blusa, luvas e meias de lã.

Eu!!!!!!

Aí, um belo dia, pinta um cara bacana que acende um sentimento especial que não sei de onde vem, de qualquer lugar que não seja o conhecimento ou a razão. E lá vamos nós começar a suar novamente. Au revoir, gola rolê! Quando vejo, já estou namorando novamente. E como o sentimento vinha desse lugar obscuro e superficial, acaba tudo sem marcas, sem cicatrizes, mas com dificuldades. Quando se acaba um namoro se acaba também um tipo de rotina. E começa a falação: é papo com as amigas, com a manicure, com o cabeleireiro... Depois passa, passou!

Lembro um fato engraçado que aconteceu com um dos meus primeiros namorados. Ele era tão feio que achei que o que eu sentia era amor de verdade! Não era. E para terminar? Jesus me chicoteia. Fiz uma pesquisa para aprender a terminar uma relação. Que sufoco!!!

Depois jurei a mim mesmo que nunca mais namoraria ninguém. Bastou aparecer um belo par de olhos verdes na minha frente, com olhares certeiros, para eu ficar perdidamente apaixonada. Minha nossa senhora da pata choca, só ouvia músicas tristes. Até que um dia, encontrei o ciclano na rua e o papo foi tão chato que vi que não tinha nada em comum. Sapequei-lhe um fora! Adorei sair por cima, na época! Bobo, né?!

Mas isso, hoje, não faria mais sentido. Acho muito mais bonito ser gentil, suave, assim meio que santificada, ser boa sem ser boazinha (detesto essa palavra).

E, agora, mais uma vez, estou aqui sem saber o que fazer. Não quero brincar com os sentimentos de ninguém. Estou sendo boa de verdade ultimamente, mas confesso que estou detestando
ser.

Achei uma miniatura minha

Imagem: http://2.bp.blogspot.com/

Um comentário:

Re disse...

Carol
Grata surpresa me deparar com o seu blog, ainda, mais no dia de hoje, em que volta ao passado.
Me fez lembrar do meu! Time de basquete, festa na cobertura, pesquisa para aprender a acabar a relação, sorri com o alma, voltar ao passado lembrar-se do que nos fez chorar ou sorrir, foi simplesmente fantástico!
beijos no coração
Renatta Lima